(Por Laura Gonçalves Sucena)

Na sala de aula as crianças gostam mesmo é da hora do abraço, afinal a mascote da turma, o urso Douglas, adora afeto e carinho. Pensando em investir no cuidado, a instituição de educação infantil Grupo de Oração Esperança (GOE) apostou no projeto Mascote com a estratégia de desenvolver uma parceria com as famílias para ensinar valores aos pequenos.

Para colocar em prática o projeto, a professora Vanessa Bernardo conversou com as crianças e elas escolheram um urso como mascote. Para dar vida ao personagem, a educadora adotou o livro “Douglas quer um abraço”, do autor Melling David, e entre uma história e outra, os pequenos aprendem questões como respeito, amizade, cooperação e generosidade.

Como melhor amigo da criançada, o bicho de pelúcia se tornou o preferido da sala de aula. A intenção é que todos os alunos cuidem do urso, que passa os finais de semana na casa das crianças. A turma é a responsável pelos cuidados com o bichinho que se torna um recurso para tratar de assuntos diversos. “Por meio da mascote conseguimos falar de honestidade, respeito, companheirismo, coragem, e até mesmo de questões sociofamiliares”, explica a diretora pedagógica da instituição, Marina Lima.

O projeto funciona em sistema de rodízio e a mascote passa um final de semana na casa de cada um dos alunos. Além do urso de pelúcia, os estudantes também levam um caderno de registros no qual os pais anotam as atividades realizadas com o urso, contam sobre as aventuras vividas e até colocam fotos. A proposta é que os pais se envolvam com o projeto pedagógico e estimulem os filhos a cuidarem do bichinho.

“O vínculo afetivo é criado nessa hora, uma vez que no cuidado diário as crianças passam a ter algumas responsabilidades. Não pode sujar, rasgar e maltratar o urso Douglas.  Isso aumenta o laço de união e de amizade entre as crianças que passam a ter algo em comum, o cuidado com a mascote”, explicou a professora Vanessa.

Além da mascote e do caderno de registros, as crianças também levam para casa um livro que contém todas as raças de ursos, como o polar, panda, pardo e outros e suas especificações. O objetivo é despertar a curiosidade das crianças e de seus pais e tornar a família parte integrante da atividade.  “São estratégias que despertam a imaginação e trabalham a afetividade, o respeito e o cuidado”, garantiu a diretora.

Para a assessora técnica do programa Primeira Infância em Foco (PIF) da Fundação FEAC, Denilze Ricciardelli, ouvir histórias é entrar em um mundo imaginário, cheio ou não de mistérios e surpresas interessantes, curioso, que diverte e ensina. “É nessa relação lúdica e prazerosa da criança que temos oportunidades e possibilidades de lidar com as diferenças individuais, afetividade, o respeito entre crianças e adultos, resgatar valores, fortalecer a autoestima, trabalhar com o controle dos impulsos, administrando as emoções, e também estimulando o pensamento crítico delas.”

“Acredito que um dos grandes trunfos deste projeto é o envolvimento de todos. Professor, crianças e família acabam embarcando na aventura e na imaginação de tornar a mascote um membro da turma. Levar o urso para casa permite o diálogo com a família de suas vivências na escola, além de favorecer a interação entre todos”, completou Denilze.

Projetos para o desenvolvimento

Com a intenção de que os pequenos aprendam livremente e despertem o desejo de descobrir coisas novas, o GOE, instituição parceira da Fundação FEAC, aposta nos projetos que estimulam o interesse das crianças. “Acreditamos que a participação dos pequenos, os seus questionamentos e o brincar são essenciais para o desenvolvimento infantil e nosso projeto Mascote estimula essas questões”, pontuou a professora voluntária Claudia Lucas.

Com a mascote, as crianças passam a descobrir o prazer de aprender em um contexto que contribui para o desenvolvimento de suas capacidades. O objetivo é que elas sintam a escola como um lugar seguro, acolhedor e agradável, onde têm a oportunidade de explorar, aprender e desfrutar ao mesmo tempo de inúmeras experiências.

O projeto também estimula a pesquisa e o envolvimento do grupo, o que leva a um ambiente cooperativo no qual alunos e professor convivem numa relação baseada no respeito.  Além disso, o envolvimento dos alunos nas escolhas e nas tomadas de decisão auxiliam o desenvolvimento.

Graças à mascote que desperta a imaginação das crianças, o projeto se tornou a hora mais gostosa da aula. “Gosto muito das histórias do urso e da hora do abraço quando estou na escola. Também já levei o urso Douglas para casa e ele dormiu comigo no final de semana. Foi muito legal”, falou Anita, 5 anos.

O pequeno Jorge, 5, também gosta muito da mascote. “Quando levei o Douglas para casa estava frio e eu coloquei roupa nele e deixei ele com meu cobertor. Levei ele para passear e também dei comida. Meus pais também cuidaram do ursinho”, contou animado.

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