Lyttelton é uma cidade portuária na Nova Zelândia. Além de suas belas paisagens, o local tem um diferencial: um banco de tempo. O negócio social permite que os moradores façam negociações tendo o tempo como moeda de troca.

O banco de tempo de Lyttelton foi inaugurado em 2005 e criado por Margaret Jefferies, com base em um conceito criado pelo professor norte-americano Edgar Cahn. A ferramenta ajuda a conectar pessoas, incentivar o voluntariado, promover o senso de comunidade e ainda permitir que as pessoas obtenham serviços, sem que seja necessário usar dinheiro para obtê-los.

Usar o tempo como moeda tem provocado grandes mudanças na cidade neozelandesa. Cinco anos após a criação do banco, a cidade de Christchurch, nos arredores de Lyttelton, sofreu um grande terremoto. Após o desastre, a quantidade de pessoas envolvidas e dispostas a doarem tempo para ajudarem na reconstrução e resgate das cidades cresceu absurdamente.

Logo após o terremoto, os 400 membros do banco já somavam mais de 30 mil horas de crédito. Atualmente, já são 800 pessoas integrando essa rede de trocas de serviços e voluntariado. Todas as iniciativas têm o mesmo peso. Assim, não importa se o tempo foi gasto em um jardim ou cuidando de uma criança, o crédito de horas é exatamente o mesmo do que foi gasto.

Em entrevista ao The Guardian, o pesquisador e membro do conselho do TimeBanks EUA, Chris Gray, explicou que a ferramenta tem inúmeros benefícios e é o formato de uma economia do futuro. “A troca de habilidade e conhecimentos promove relacionamentos de confiança e reciprocidade”, informou o cientista. Para ele, esses são itens fundamentais para o fortalecimento e crescimento das comunidades.

Os bancos de tempo são alternativas excelentes também para auxiliar o governo a suprir necessidades de serviços, principalmente diante dos desafios do futuro, com a expectativa de problemas consequentes das mudanças climáticas e dificuldades econômicas e sociais.

Fonte: Ciclo Vivo