(Por Laura Gonçalves Sucena)
Compartilhar experiências, reafirmando as contribuições dos investimentos para o fortalecimento do processo educativo e os impactos no desenvolvimento infantil, foi o objetivo do encontro Troca de Saberes. Realizado pelo Departamento de Educação da Fundação FEAC, por meio do programa Primeira Infância em Foco (PIF), a reunião foi um momento de escuta e reflexão sobre o trabalho realizado pelas instituições participantes das duas primeiras edições da iniciativa.
Durante o evento, ocorrido na última quarta-feira, 10 de maio, representantes das entidades de educação infantil AMIC – Monte Cristo e Village, Casa da Criança Madre Anastácia, Casa da Criança de Sousas, Centro Infantil Tia Nair, Creche Mãe Cristina, Casa da Criança Meimei, SPES – Servico Social da Paróquia São Paulo Apostolo, Centro de Formação Semente da Vida e Creche Menino Jesus de Praga, parceiras da Fundação FEAC, falaram sobre as experiências em formações.
A partir da exposição sobre os investimentos realizados em formações – atendendo as propostas de planejamento, plano de aula, proposta pedagógica, currículo e múltiplas linguagens, as equipes pedagógicas ainda exercitaram a escuta e a reflexão a respeito do trabalho das demais instituições. O Troca de Saberes promove apresentações dos investimentos nos projetos aprovados na 1ª e 2ª edições do programa PIF, com vistas ao desenvolvimento integral e integrado da criança.
Para a assessora técnica do PIF, Adriana Nunes Silva, falar no desenvolvimento da criança é pensar nos aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos. “O que as equipes técnicas das instituições nos mostraram comprova que para que o desenvolvimento ocorra de forma integral também se faz necessária a construção de um ambiente acolhedor, harmonioso e rico em experiências. São as vivências, explorações e experiências proporcionadas que estão oportunizando o olhar atento do educador que, por meio de observações individuais, está conseguindo acompanhar e, quando necessário, realizar intervenções, para que a criança possa se desenvolver plenamente”, pontuou.
Novas propostas
No encontro, as representantes do SPES, Meimei e AMIC Village e Monte Cristo falaram da importância das formações sobre a abordagem Emmi Pikler*, que ressalta a valorização do vínculo de apego entre o cuidador e a criança; a comunicação; o brincar livre; a liberdade do movimento; e as mensagens que são passadas às crianças.
“Após as formações que tivemos, houve uma mudança do nosso olhar com relação ao desenvolvimento infantil. Hoje as crianças interagem e brincam mais, são autônomas e livres”, apontou a orientadora pedagógica Jeanne de Camargo Rodrigues, da Meimei.
Amanda Verzaro, orientadora pedagógica da AMIC Village, apontou que a relação entre criança e professor referência e o desafio de propagar o vínculo seguro para todos os pequenos da creche foi outra conquista obtida com as formações. “O professor saiu de seu papel principal de ator e tornou-se coadjuvante da criança, sendo bom observador e preparador de ambientes,” falou.
Na creche Tia Nair, as formações foram entendidas como um período de mudança. “Foi um momento de desconstrução para nos enxergarmos. Acabamos olhando para o nosso trabalho, investimos em formações dos nossos profissionais, encontros e capacitações. Também estreitamos os laços com a família e a comunidade, sempre tendo como objetivo as nossas crianças. O PIF só veio nos dar segurança para sairmos da zona de conforto e hoje percebemos a importância de tudo isso”, ressaltou a coordenadora pedagógica Alexandra Gobato.
Na Casa da Criança de Sousas, as mudanças ocorreram na rotina dos trabalhos diários, exploração dos espaços e nas oficinas para os pequeninos. As formações na Creche Madre Anastácia levaram à construção de um projeto político pedagógico novo, que refletiu diretamente no trabalho com as crianças. Já na Mãe Cristina, houve uma transformação na rotina para garantir a valorização do brincar.
Para as coordenadoras pedagógicas das Creches Menino Jesus de Praga e Semente da Vida, as formações foram essenciais para a incorporação de novos conceitos. As instituições estão trabalhando com os projetos investigativos que estimulam as crianças a questionarem, participarem e serem protagonistas de seus desenvolvimentos.
“Os projetos possibilitam o envolvimento ativo da criança que atua como investigadora no processo de construção do conhecimento. Também levam os pequenos a um ambiente cooperativo, em que professores e alunos convivem em uma relação baseada no respeito mútuo”, explicou orientadora pedagógica da creche Semente da Vida, Maria Teresa Ferreira de Camargo.
Para a gerente do Departamento de Educação da FEAC, Cláudia Chebabi, investir nas instituições para que possam promover o pleno desenvolvimento infantil é o grande objetivo do PIF. “Para que isso aconteça, há de se percorrer uma jornada de qualificação dos profissionais que atuam com as crianças, investir nos espaços físicos para que se tornem verdadeiros ambientes de aprendizagem e propiciar a participação da família neste processo”, finalizou.