Por Laura Gonçalves Sucena

Quando as crianças se reúnem na sala de ensaio do Coral da Pró Menor, ninguém consegue ficar parado e o barulho toma conta do lugar. Mas basta o maestro Paulo Rocco dar as primeiras instruções para que todos tomem seus lugares e entrem no tom.

Completando 14 anos de existência neste mês de setembro, o Coral da Pró Menor, instituição parceira da Fundação FEAC, conta com 70 crianças de 6 a 14 anos que além da música, aprendem a desenvolver o protagonismo, a autonomia, a responsabilidade e a socialização.

No espaço de convivência, crianças e adolescentes também contam com a música para aprimorar a atenção, a concentração e a memória. “Acredito que o Coral serve como um instrumento de relaxamento e ainda colabora para a assimilação de conteúdos trabalhados em disciplinas que exigem raciocínio lógico e concentração. Isso sem falar na leitura”, explica a pedagoga da instituição, Daniela Fernandes dos Santos da Silva.

Para a pedagoga, trabalhar com o canto, principalmente em grupo, faz com que as crianças se desenvolvam, tenham senso de organização e respeito pelo próximo. “A vivência musical torna-se algo divertido e agradável para as crianças. Elas aprendem a se comunicar melhor por meio de diferentes habilidades, estimulando a coordenação motora e a criatividade, abrindo portas para novas informações”, completou.

A música também trabalha a memória e a persistência da criança. De acordo com o maestro da instituição, os benefícios são imensos.  “As crianças sabem que estão participando de um trabalho coletivo, que irão se apresentar e têm que fazer bonito. Então há respeito, mas elas não deixam de ser crianças e de fazer uma bagunça de vez em quando”, observou Paulo.

No Coral, os pequenos também desenvolvem habilidades cognitivas, o que colabora com a fala e o canto. Na linguagem musical, o trabalho se estende para os elementos rítmicos, repertório e vocalização.

“Aqui também valorizamos a autoestima das crianças e adolescentes e acredito que a música colabora para isso. Quando o ensaio termina, percebemos que eles ficam felizes e satisfeitos. Além disso, eles percebem que estão se desenvolvendo e aprendendo novas canções e isso traz confiança e eleva a autoestima”, garantiu Daniela.

Patrocinado pela empresa Cebits Group, o Coral da Pró Menor conta com três instrutores: o maestro Paulo Rocco e as professoras de técnica vocal, Érica Andrade, e de expressão corporal, Martha Garcia. Nas oficinas são trabalhados canto, exercício rítmico, coordenação motora, relaxamento e respiração, exercício para desenvolver a atenção, concentração e memória, expressão corporal e interpretação.

Cantando e alegrando

Na hora de soltar a voz, as crianças e adolescentes querem mesmo é fazer bonito. E, por isso, a agenda do Coral está lotada. “O coral é convidado para se apresentar em diversos locais. Todo ano vamos para o Festival de Coral de Piracicaba, também já nos apresentamos em escolas, hospitais, instituições e espaços culturais. Este ano ainda vamos para São Paulo e Mongaguá”, falou a pedagoga Daniela.

Para a educadora Martha, as apresentações também são importantes para que as crianças conheçam novos lugares, viagem e tenham novas experiências de vida. “Eles acabam tendo novos projetos, percebem que o trabalho desenvolvido, que nem sempre é fácil, está sendo reconhecido e apreciado por outras pessoas e isso é enriquecedor. São novos horizontes”, opinou.

No Centro Médico de Campinas o Coral da Pró Menor faz sucesso e quem já teve oportunidade de escutar os pequenos se encantou. “No ano passado estava internada no hospital, em recuperação, e ouvi uma canção linda na voz de crianças. Fui para o corredor e vi os pequenos cantando. Foi emocionante e muito alegre. Para quem está num hospital, ouvir uma canção é uma alegria”, falou a professora aposentada Maria Duarte.

Com dois CDs no currículo, o Coral colabora, por meio das apresentações, com o fortalecimento de vínculos com as famílias. “Os pais adoram ver seus filhos nas apresentações e muitos se surpreendem com o potencial das crianças. Isso representa muito para eles. Acredito que é música atuando como instrumento de fortalecimento de vínculos sociais e familiares”, resumiu Daniela.

“O coral, por possibilitar apresentações externas, também pode favorecer o envolvimento familiar e os fortalecimentos desses vínculos, tanto entre usuários e seus responsáveis legais, quanto com a família e a instituição. Além disso, também é um potencial facilitador para estimulação do desenvolvimento intelectual”, complementou a assessora social do Departamento de Assistência Social (DAS) da Fundação FEAC, Carla Nascimento.

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